Empresa sólida é a que explora produtividade

A maioria das grandes e médias empresas brasileiras já se convenceu da importância, e de como proceder, para avaliar sua produtividade. Nem todas, porém, compreenderam que produtividade é um conceito muito mais amplo. Entretanto, aquelas que já têm o pleno conhecimento da abrangência do conceito de produtividade, são as que, de certa forma, fazem a diferença, que deixam perplexos seus concorrentes, e, ainda mais, os empresários das pequenas empresas pela grande diferença que existe entre a grande e a pequena empresa.

As pequenas, na maioria dos casos, mais por uma questão de desinformação que por qualquer outro motivo, não se deram conta da grande importância de trabalhar conhecendo e interagindo, efetivamente, com sua produtividade, explorando os recursos propiciados por ela para a tomada consciente, e consistente, de decisões gerenciais e estratégicas.

Mas, uma coisa é clara e consensual para nós, especialistas em gestão empresarial: "Uma empresa eficaz e sólida é a que explora plenamente sua produtividade, não importando seu faturamento, quantidade de clientes, produto, número de funcionários ou segmento de atuação".

Em primeiro lugar, é necessário ficar claro a todos, que a abordagem atual de produtividade contempla todas as suas áreas e ainda mais, necessita ser analisada e comparada à luz do meio em que a mesma está inserida. Ela envolve áreas como: finanças, pessoal, compras, vendas, apoio e também produção.

Para que o empresário de porte pequeno entenda, de forma precisa, o conceito de produtividade, vamos citar um texto que, a nosso ver, se enquadra muito bem às pequenas empresas: "produtividade é minimizar, cientificamente, o uso de recursos materiais , mão-de-obra, máquinas, equipamentos, etc. Para reduzir custos de produção, expandir mercados, aumentar o número de empregados, lutar por aumentos reais de salários e pela melhoria do padrão de vida, no interesse comum do capital, do trabalho e dos consumidores". (Japan Productivity Center for Social).

Podemos então dizer, que a produtividade é a interação de diversas condições organizacionais, que só adquirem significado quando se transformam em fonte de bem estar empresarial, organizacional e social.

Deixamos claro que, quando analisamos produtividade, buscamos identificar, analisar e minimizar, a influência de fatores que de uma forma direta, ou indireta, interferem para que algo indesejado distorça os resultados esperados, como, por exemplo: é totalmente sem consistência medirmos a produtividade numa área de vendas, sem considerar as condições de entrega, os prazos de pagamento e a margem de lucro da operação; é realmente importante no setor de compras, podermos avaliar o número de pedidos emitidos pela quantidade de produtos acabados obtidos, mas há que se levar em conta o número de pessoas envolvidas neste processo, o percentual de pedidos recebidos no prazo combinado e a freqüência de faltas de estoque, bem como os custos pagos pelos produtos; é imprescindível determinar-se a quantidade de peças produzidas por homem x hora, mas devemos analisar o índice de desperdício, de refugo e a qualidade obtida em cada posto de trabalho, bem como o custo social (afastamentos e acidentes de trabalho) aferido.

Quantos outros inúmeros exemplos poderiam ser relacionados? Produtividade em pós-vendas? O importante, porém, é que se compreenda efetivamente que a produtividade não é um índice singelo, e sim múltiplo e complexo. Um índice isolado não pode servir de parâmetro. E mais ainda, quando se vai tomar decisões, com base em produtividade, é importante que se considere o índice ao longo de um determinado tempo. Quase todas as empresas têm sua fase de sazonalidade, razão pela qual o período de tempo é uma questão fundamental. Sendo assim, torna-se aconselhável para análise o estudo, por meio de gráficos ou tabelas, que uma das bases seja o tempo, a fim de se identificar tendências.

Devemos sempre avaliar o quanto uma ação isolada, para aumento de produtividade, interfere em outro indicador, e como ambos, juntos, afetam o desempenho do negócio. Aumentar a produtividade pura, em uma fábrica, ou seja, fazer mais em menos tempo, pode gerar um significativo estoque de produtos acabados, consumos de matérias-primas que deve ser coerente com a produtividade de vendas, caso contrário, só resultou em encalhe. Então, será fundamental entender-se a justaposição das produtividades de cada área, comparativamente aos propósitos do negócio.

Fundamental também, é comparar a produtividade alcançada pela empresa com a de outras do mesmo segmento, que apresentem meios e processos equivalentes. Com processos, equipamentos e mix de produtos diferentes, tal indicador serviria apenas para nortear oportunidade de negócio, não como aferidor de gestão. Finalizando, devemos salientar que produtividade depende de aspectos comportamentais humanos, mas, principalmente, da cultura inerente a cada organização. Uma empresa não consegue ser melhor que as pessoas que nela atuam. O clima organizacional atua ora como causa, ora como efeito nos resultados de produtividade. Para ter produtividade é preciso minimizar cientificamente o uso de recursos materiais.

Consultor Arivaldo Hallgren – Sebrae-SP

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